sábado, 16 de outubro de 2010

Tem 60 anos e nasceu em Angola.
Conhece muito da sua terra, porque teve a felicidade de seu pai ser funcionário aduaneiro, a que obrigava a deslocações frequentes. A primeira de que guarda memória, foi a travessia em comboio, do Leste onde nasceu até ao mar, Lobito, viagem de dois dias e uma noite.
Também a floresta equatorial do Maiombe em Cabinda ao deserto do Namibe, passando pelos planaltos do Huambo e Huila, foram lugares de vivência muito sentida e boas recordações. Guarda do Maiombe, a imensidão dos verdes vivos, as sombras fantasmagóricas dos recortes das imponentes árvores e também os silêncios interrompidos pelos sons dos animais de muitas as espécies, gorilas, e macacos, os jacarés nos rios, os papagaios, as cobras, e muitos outros.
Também os silêncios sepulcrais interrompidos pela gargalhada das hienas.
Depois no deserto, as avestruzes selvagens, a aventura de circular em viatura apropriada nas dunas, na travessia de rios secos, que passadas horas e de regresso já não era o mesmo. Grandes enxurradas diluvianas acompanhadas do ribombar de temíveis trovoadas, e luminosos relâmpagos. Passava toda a água chuvida a jusante, naquele leito que era seco há umas horas e agora um caudal desmesurado.
Foi estudante lá e cá e também militar miliciano. Experiências que moldaram o seu carácter, e lhe provocaram um cedo amadurecimento. Fez-se homem quase à força.
Uma curta passagem pela Namíbia, Windoock, África do Sul Joanesburg e dois anos no Brasil em S. Paulo/Santos. Ainda jovem fez rádio em Angola, numa prestigiada emissora.

Trinta e quatro anos de Setúbal, atestam bem o quanto não se deixou levar por convites para a deixar. Foi e é aqui que quer viver os seus dias, porque quando se gosta, nada há a fazer. Teve a felicidade de trabalhar naquilo que sempre gostou, a vida do campo, a ligação à natureza, que tão bem Deus a deu a estes lugares. Vida profissional intensa, cheia de boas recordações.

Foi militar miliciano entre 1970 e 1973 tendo cumprido em Angola.
Frequentou o 3º ano de economia e concluiu o curso de Engenharia Agrária em Angola, onde foi funcionário do Ministério da Educação, como professor naEscola Agrícola da Matala. Especializou-se em várias áreas do mundo rural, em todo o seu percurso profissional, designadamente em horticultura na produção industrial de tomate para exportação.
Especializou-se como Sapador Florestal, tendo sido responsável durante vários anos pela gestão da área florestal da Arrábida e equipas de vigilância ecombate a fogos florestais. Especializou-se também em horticultura em estufas, fez parte da equipa que incrementou as pastagens melhoradas de sequeiro, na implementação e revitalização do queijo de Azeitão, e também na flora e vegetação mediterrânica. Trabalhou em apicultura, durante vasto tempo. Elaborou o projecto de revitalização dos Jardins e Horto dos Conventos da Arrábida, numa parceria do Parque Natural da Arrábida com a Fundação Oriente.
Acompanhou e fiscalizou entre 1980 e 1993, a recuperação paisagística das pedreiras da Sécil no Outão.
Foi vogal da Comissão Directiva do Parque Natural da Arrábida entre 1998 e 2001 e deu também o seu contributo na área de Educação Ambiental, designadamente em inúmeros certames, proferiu palestras subordinadas a todos estes temas e foi guia de Educação Ambiental, tendo acompanhado inúmeras visitas a estas duas áreas Protegidas em que participaram, escolas de todos os níveis de ensino, Universidades e grupos nacionais e estrangeiros. A literatura, a rádio, onde trabalho algum tempo em Angola, Setúbal e Palmela, a pintura, sobretudo na faceta da aguarela e os percursos a pé, são os seus hobies.
É aposentado do Ministério do Ambiente, onde trabalhou 30 anos.